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terça-feira, 1 de junho de 2010

Dia de...

Já noutros dias de "coisas" me insurgi contra o facto de estes existirem... Hoje, dia da criança, faço o meu manifesto final contra todos estes dias de... "coisas"/pessoas... Se num primeiro momento muitos destes dias (sublinho sobretudo o dia da mulher) serviam, de facto, para nos alertar para o facto de haver ainda na nossa sociedade diferença de direitos - e deveres, senhores, e deveres... - com base no sexo - ou género, como modernamente se diz -, agora já nem sequer há essa utilidade. Se ainda me lembro de estudar a Declaração dos Direitos da Criança no dia a ela devido, também me lembro de como este dia se tornou apenas num momento para passear os panamás e para mostrar como as professoras organizam muito bem os seus alunos em filas "dois a dois, de mão dada".
Não fosse meia dúzia de fiéis sindicalistas em protesto, por muito que não goste muito dessa classe, e já não tínhamos dia do trabalhador que fosse digno desse nome... Não fossem os perfumes e os relógios e o que era o dia da mãe, do pai ou dos namorados (o dia de "São" Valentim, que tinha tanto de santo (talvez até de Valentim) quanto eu tenho de benfiquista...)? É pena como dias que, efectivamente, nos podiam ajudar a reflectir sobre coisas importantes - o respeito pela criança, a igualdade efectiva da mulher na sociedade - sem a ridiculeira de quotas ou do habitual gesto de oprimir o opressor, como se o facto de criar novas vítimas resolvesse o problema... -, o papel dos pais na educação -, se tornem dias que interessam, sobretudo, e quase exclusivamente, a alguns sectores da actividade comercial... Pode ser que com o aumento do IVA a malta se preocupe mais em passar tempo os pais, a namorada ou os filhos do que em gastar dinheiro em coisas que estão cada vez mais caras...

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