blogue de poesia e teologia.

aqui não se escreve segundo o acordo ortográfico de mil novecentos e noventa.

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segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

o sol a bater contra persianas laminadas

a vida segue vagarosa, aqui,
as árvores agitam-se rápidas
do lado de lá da janela,
como a querer fugir para o mar,
o sol bate contra as lâminas das persianas
a empurrar para um lugar outro,
mais quente e mais rápido
onde continuar os dias por visitar

domingo, 28 de janeiro de 2024

naus de társis

este é um lugar de vento.
como o vento leste despedaça as naus de társis,
aqui se vai agitando, pouco a pouco,
os passos com que conto
e gasto a vida

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

a estátua ao escritor desconhecido, em budapeste

a verdadeira poesia desaba por dentro,
o resto é silêncio.
deixei estes versos roubados aos pés da estátua do escritor desconhecido
e corri feliz para junto da ponte széchenyi
para ver correr o danúbio
e recuperar a memória dos teus olhos bonitos
e do sorriso tímido com que reagias à cidade amarela.
depois dos dias da neve, budapeste ganha tons bonitos
e parece ornada de flores silvestres

sunny days

nestes dias de sol de inverno
espero só um banco de jardim sem sombra
onde ouvir os pássaros
e um solo de guitarra
com pedal chorus
e alguma distorção
a condizer com a vida,
às vezes distorcida

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

sete luzes a iluminar a estrada velha

Diógenes, se fosse vivo,
apontaria a sua lanterna
aos olhos dos homens,
para iluminar a mágoa
e buscar uma esperança
que vive sempre lá mais dentro