nunca estás quando eu quero. hoje queria que cá estivesses para te perguntar como ias reagir se tivesses de ir ao casamento do teu ex-namorado, com quem partilhaste a vida durante cinco anos. está para me acontecer uma coisa parecida e gostava de saber a tua opinião, como ias reagir. queria saber se também ficou tudo bem resolvido entre ti e ele, mas se mesmo assim não ia ser estranho estares lá naquele dia. queria saber que tipo de alegria seria a tua. queria saber se ias chorar. queria saber se ias chorar de alegria ou de tristeza, ou de um misto das duas. mas não vou ficar a saber. não estás cá. ninguém está cá. não está ninguém para me ouvir quando eu preciso. ninguém me ouve, logo a mim que ouço a todos. espera: Tu, ó Deus, enches por completo os espaços!
blogue de poesia e teologia.
aqui não se escreve segundo o acordo ortográfico de mil novecentos e noventa.
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sábado, 30 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
não importa a viagem
o que interessa não é a viagem mas o começo
HAROLDO DE CAMPOS
para lá das tuas confusões
está a minha dificuldade com o compromisso
está a minha distância em relação ao espaço
li «os verdadeiros viajantes são
os que partem por partir»
digo, os verdadeiros homens são
os que se sabem peregrinos
gosto de fechar a porta da casa
sem saber se vou voltar
e isso nunca irás compreender
segunda-feira, 18 de junho de 2012
democracia e outras "cracias" piores
não é com prazer que o digo, mas hoje, finalmente, cheguei a esta conclusão: o meu melhor amigo é fascista. demorei a perceber isso, talvez por não querer acreditar que fosse verdade. hoje sei que é. ele tem um grande sentido de superioridade moral (de quem acha que é o melhor no trabalho, que os outros são todos uma cambada de preguiçosos que não fazem nada e que isto está mal porque as pessoas gostam de se divertir; de quem passa a vida a criticar as pessoas do sul da europa em desfavor das pessoas do norte europeu [quem mais vi eu a fazer isto, terá sido na alemanha dos alvores do século passado?]). ele toma muitas decisões por capricho e avalia as situações de acordo com o seu capricho (quando ele se está a divertir é porque é o "descanso do guerreiro", quando os outros se estão a divertir são calões e não sabem fazer outra coisa). ele acha que viver sempre para os outros é mau, que não devemos ser demasiado bons porque isso amolece os outros. devemos pôr-nos a nós mesmos em primeiro, e só quando algo for conveniente é que devemos servir os outros. e eu começo a ter dificuldade em lidar com uma pessoa assim. é difícil ser amigo de uma pessoa com uma visão política tão radical e tão perigosa, tão xenófoba, tão nazi. se alguém souber como se pode ajudar alguém a resolver o fascismo de um amigo, agradeço a preciosa ajuda.
domingo, 3 de junho de 2012
jacarandás
quando as árvores de flores roxas
chovem na cidade
as ruas transformam-se
numa procissão dos passos
mas só para aqueles que na cidade
ainda olham para o chão
e para os que olham para o céu
e vêem: as árvores chovem flores roxas
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