blogue de poesia e teologia.

aqui não se escreve segundo o acordo ortográfico de mil novecentos e noventa.

Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O Ano é Novo

Mas nós não. De qualquer modo, que o novo ano seja para todos ocasião de muita coisa. Muitos livros, muitos discos, muitos filmes, muitos poemas e, sobretudo, muitas orações. Um Santo Ano Novo!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Tempore Natalis



Contempla por entre os aloés e os dedos
A criança que acampa connosco agora
O menino que abre uma estrela e nos convoca
Ele contempla. Ele vem. Ele é um cedro que transborda


Daniel Faria in Do Livro dos Números

A todos um Santo e Feliz Natal! Que o Menino Jesus venha aos nossos corações!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Quase, quase, quase

(e eu finalmente de férias!)

O Natal é porque Deus quer.

NB: Não, o Natal não é quando o homem quiser. Os valores atribuídos ao Natal (solidariedade, partilha, reunião familiar) é que não são exclusivos desta época, mas a culpa disso não é do Natal...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Santa Claus is coming to town

O Natal está chegar. Lembro-o por duas razões: para alertar os mais incautos de que ele ainda não chegou e para sugerir que acompanhem as últimas entradas de theo-odisseia, precisamente sobre as Antífonas do Ó, que preparam o mistério da Encarnação. Vale a pena ouvir o canto gregoriano e ler o que lá escreve o Luís.

Aviso os supersticiosos que, por este ser um blog de inspiração cristã, só durante o Tempo do Natal haverá desejos de todas as formas e feitios para toda a gente. Afinal, se dar os parabéns antes do dia dá azar, coitadinho do Menino Jesus! Não lhe bastasse já andar ao frio há um mês, quando faz anos só daqui a três dias! E ainda se não celebrássemos o aniversário dele durante mais de quinze dias...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

Prendas de Natal

O blogue sugere (porque o autor já tem!):


Evangelho Segundo São Mateus, de Pier Paolo Pasolini


Jesus de Nazaré, de Joseph Ratzinger/Bento XVI


O grande silêncio, de Philip Gröning


Te Deum, de Arvo Pärt


A noite abre meus olhos, de José Tolentino Mendonça



O Idiota, de Fiódor Dostoievski

Autobiografia (viii)

O silêncio.

Autobiografia (vii)

Não tenho aqui morada permanente
e corro, corro, corro,
sem destino...

o homem não é mais
que um peregrino sobre a Terra

a sua morada é o Céu

Autobiografia (vi)

Conheci um homem
que morreu para o mundo
para viver a sós com Deus

é o homem mais feliz
que jamais conheci

nunca esquecerei a sua alegria
e o seu sorriso

O morto é o mais feliz da terra dos vivos!

Para o pe. Luís, que nunca irá ler isto

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Autobiografia (v)

Ele sabe
que a sua espécie
está em vias de extinção

por isso se disponibiliza
a toda a gente, todos os dias
por todos espera, de coração aberto,
na sua jaula,
lá, no seu zoológico
- que são as conversas, as palavras,
diz ela, «as explicações»

e não lhe sai da cabeça
aquela frase de Michel de Certeau:
«
Dans sa misère, la théologie regarde vers la porte»

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Autobiografia (iv)

o rapaz sabe
que o que vem de dentro do homem
é que é impuro

mas também sabe
que é do mais íntimo do seu íntimo
que se começa o longo caminho
para Deus

Autobiografia (iii)

o rapaz só gosta de mulheres
e nunca, mas nunca
se desenrasca a manobrar em marcha-atrás

Autobiografia (ii)

um homem decidiu seguir Jesus
e estremeceu por dentro
chorou
então, descalçou-se
e começou, pé ante pé,
a subir os degraus
que conduzem à Cruz

Autobiografia (i)

batem palmas
um homem fá-lo sempre em contratempo
esse homem sou eu

Autobiografia poética

Hoje, na carreira 13 da vimeca que parte de Queijas às 19 horas, decidi fazer uma autobiografia poética. Será essa autobiografia a ocupar as próximas entradas do blog.

domingo, 12 de dezembro de 2010

De volta!

Depois de um período de inactividade, provocada por problemas informáticos que me são alheios, volto à actividade aqui no blog. De todo o modo, não será grande actividade, nos próximos tempos, visto que ando atarefado com a tese e com as aulas (que recebo e que dou).
Porque este é um blog que trata de palavras e da Palavra, aproveito para partilhar mais um poema de Daniel Faria (outro excerto de um poema dele será, também, a minha mensagem de Natal para os meus amigos, mas até ao Natal ainda temos tempo, ainda que muitos já encham as suas janelas e varandas de Meninos Jesus, como se a melhor maneira de combater a paganização do Natal fosse antecipar o nascimento de Jesus mais de um mês... Mas sobre isto talvez fale num texto especialmente dedicado ao tema).


EXPLICAÇÃO DO POETA

Pousa devagar a enxada sobre o ombro
Já cavou muito silêncio

Como punhal brilha em suas costas
A lâmina contra o cansaço

Daniel Faria in Últimas explicações