blogue de poesia e teologia.

aqui não se escreve segundo o acordo ortográfico de mil novecentos e noventa.

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sexta-feira, 26 de março de 2010

Córdula (depois de ler tudo)

«Quando os Hunos viram as donzelas, lançaram-se sobre elas com grandes gritos, comportaram-se como lobos entre as ovelhas e mataram-nas todas.

Houve uma virgem, de nome Córdula, que, por medo intenso, se escondeu no barco, durante a noite; na manhã seguinte, porém, ofereceu-se voluntariamente à morte e recebeu assim a coroa do martírio. Mas, como a sua festa não era celebrada, porque não sofrera juntamente com as outras, muito tempo depois apareceu a um eremita e fez-lhe saber que a sua festa devia ser celebrada no dia a seguir à festa das onze mil virgens.

Lenda das onze mil virgens»

«[A Igreja] terá necessidade não só de teólogos (também deles), mas sobretudo de santos. Não só de decretos e ainda menos de novas comissões de estudo, mas de figuras pelas quais, como faróis, nos possamos orientar. Era justamente esse o sentido último do alarme de Córdula. Não é verdade que nada podemos fazer para ter santos. Devemos, por exemplo, tentar uma vez, embora com algum atraso, tornar-nos como Córdula. «Mais vale tarde do que nunca»».

Córdula deixa-nos, sem dúvida, grandes desafios.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Cruz de São João

Além do maior dos poetas espanhóis e de um dos maiores poetas da Igreja, São João da Cruz conseguiu também ser, aqui, um grande desenhador. Só um homem destes poderia inspirar von Balthasar e Dalí.

terça-feira, 23 de março de 2010

Pré-conlusões de uma pós-missão

Acabou a missão redentorista na paróquia onde vivo. Começa agora o tempo de olhar os frutos que surgirão. Não me parece que vá surgir grande coisa, já que os próprios missionários apenas afirmaram que depois da missão o Espírito Santo é que decidiria o futuro. Ficaram uns grupos que reunirão segundo o esquema da teologia da libertação dos anos 70, e pouco se viu de novas pessoas a aparecer (ou reaparecer) na Igreja...

Mais do que dizer mal dos métodos utilizados (embora em muitas coisas tenha, sem dúvida, razão) e da linguagem pouco actualizada em relação ao que é hoje a forma de evangelizar, ficam-me questões sobre como terá que ser hoje a forma de evangelizar a cidade... Já vivi por dentro um Congresso Internacional para a Nova Evangelização, agora esta missão, e sinto sempre que as pessoas não querem saber disto para nada, e que a Igreja continua a ter uma linguagem que passa ao lado das pessoas (a sua proposta, essa continuará sempre a ser actual e nova).
Precisamos de uma Igreja que fale a língua de Deus em si mesmo, e que Ele, em si, se apresente a cada homem como redentor. De uma Igreja que diga: «Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!» (Act 3, 6), e que apresente Cristo, e Este crucificado.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Desancanto?

O desencanto com o estado actual da Igreja não é de hoje, o desencanto estúpido, esse sim... O problema hoje já não é se Deus existe ou não, o problema é que se Deus existe o problema é dele... Dantes havia homens preocupados com isso...

Nós os vencidos do catolicismo
que não sabemos já donde a luz mana
haurimos o perdido misticismo
nos acordes dos carmina burana

Nós é que perdemos na luta da fé
não é que no mais fundo não creiamos
mas não lutamos já firmes e a pé
nem nada impomos do que duvidamos

Já nenhum garizim nos chega agora
depois de ouvir como a samaritana
que em espírito e verdade é que se adora
Deixem-me ouvir os carmina burana

Nesta vida é que nós acreditamos
e no homem que dizem que criaste
se temos o que temos o jogamos
«Meu deus meu deus porque me abandonaste?»


Ruy Belo

São João da Cruz na contemporaneidade

Dia
sem poesia
não é dia
é noite escura

Mas a poesia
é noite escura

(Adília Lopes, encontrado aqui mas in Caderno, Lisboa, & Etc 2007)

Dia do Pai

Hoje o mundo celebra o dia do pai, aproveitando a festa cristã de São José, pai adoptivo de Jesus. Diferentemente do dia da mulher, que seria originalmente o dia 25 de Março, festa da Anunciação, e foi mudado tendo em conta manifestações feministas, ou do dia da mãe, que seria o mesmo 25 de Março, ou o dia 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, e que foi mudado para o mês de Maio, porque, julgo, é um mês onde não havia festas (cada vez tenho menos dúvidas de que a celebração destes dias tem a ver, sobretudo, com intenções de cariz comercial; não será, também, inocente, que o dia em que se celebra o dia da mãe retome uma festa pagã...), o mundo decidiu comemorar o dia do pai no mesmo em que a Igreja celebra o pai de Jesus.
Acho bonito que se celebre o dia do pai no dia de São José. O convite a pôr os pais a olhar para este homem não devia ser inocente. São José foi um homem que, mesmo não sendo pai biológico de Jesus, sempre teve para com Ele um amor que muitos pais não têm pelos seus filhos. Foi um homem que sempre quis ser aquilo que era - pai - e não amigo, companheiro ou coisa do género. Foi um homem discreto, silencioso, orante. Que todos os pais saibam ser e sejam cada vez mais assim.

Pensando no meu pai, com muito carinho. Gosto muito de ti, pai.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Parabéns mãe!

Hoje a minha mãe faz anos, e, aproveitando o facto, partilho um poema rezado na Liturgia das Horas referindo-se à nossa Mãe. Celebrar o dom da vida é sempre momento de oração e de dar graças: Deus faz maravilhas!







Virgem Mãe do mesmo Deus,
Virgem filha de teu Filho,
Não há estrela de mais brilho
Nesses céus.

De olhar fito nesse olhar,
De olhos fitos nesses olhos,
Não há baixos, não há escolhos
Neste mar.

Vem a onda, sobrevém
Nova onda e nada teme
Quem te vê guiando o leme,
Virgem Mãe.

Tu guardaste em gozo e dor
Sempre na alma a paz de um templo;
Foste em vida nosso exemplo,
Mãe de Amor.

Navegando mas de pé
Neste mar cavado embora,
Vou na barca salvadora
Que é a Fé.

Não me assusta a multidão
De inimigos que me agride:
Contra a Torre de David
Tudo é vão.

Por feroz que esteja o mar
De repente forma um lago:
Basta um só reflexo vago
Desse olhar.

Esse olhar é quem a mim
Me encaminha e me socorre:
O meu norte é só a Torre
De Marfim.

Meu farol, refúgio meu,
Sol que dia e noite brilha,
Mãe de Deus e de Deus Filha,
Mãe do Céu.

terça-feira, 16 de março de 2010

São João da Cruz

Apesar da minha vida de oração não ser - mea culpa - o que eu desejaria, e por isso não fazer grande aproximação à mística, não deixo de admirar este grande místico da Igreja: São João da Cruz. Muito do meu gosto por poesia (desde os épicos de Camões, Cesário Verde, Pessoa e heterónimos (mais Alberto Caeiro e Álvaro de Campos), a poesia contemporânea de Herberto Helder, Adília Lopes ou José Tolentino Mendonça, Ruy Belo, entre muitas outras obras) tem a ver com este Santo, e sobretudo com este seu poema:

CANTAR DEL ALMA QUE SE GOZA EN CONOCER A DIOS POR LA FE

Que bien sé yo la fuente que mana y corre,
Aunque es de noche.
Aquella eterna fuente está escondida...
Qué bien sé yo do tiene su manida.
Aunque es de noche.

Su origen no lo sé, pues no le tiene,
Mas sé que todo origen de ella viene,
Aunque es de noche.

Sé que no puede ser cosa tan bella.
Y que cielos y tierra beben de ella,
Aunque es de noche.

Bien sé que suelo en ella no se halla,
Y que ninguno puede vadealla.
Aunque es de noche.

Su claridad nunca es oscurecida.
Y sé que toda luz de ella es venida,
Aunque es de noche.

De ser tan caudalosas sus corrientes,
Que infiernos, cielos riegan, y a las gentes,
Aunque es de noche.

Aquesta eterna fuente está escondida,
En este vivo pan, por darnos vida.
Aunque es de noche.

Aquí se está llamando a las criaturas,
Porque de esta agua se harten, aunque a oscuras,
Aunque es de noche.

Aquesta viva fuente, que deseo,
En este pan de vida yo la veo,
Aunque es de noche.


(em português está na Liturgia das Horas ou aqui, por exemplo)

sábado, 13 de março de 2010

Andrei Rublev

Se tenho algum gosto pela arte oriental dos ícones, isso deve-se sobretudo à figura e à arte de Andrei Rublev (Андре́й Рублёв, em bom cirílico). Conheci este homem, por intermédio do Padre João Eleutério, meu caríssimo professor de Catequese Fundamental, através de um filme de Andrei Tarkovski (não serei indiferente ao facto de os três termos o mesmo nome, com o mesmo significado: homem), e desde logo me impressionou não só a beleza da sua arte (não serão indiferentes a ninguém os ícones do Salvador ou da Santíssima Trindade, este sendo como que uma continuação da obra de Teófanes, seu mestre) como a sua história, que é sobretudo de busca do rosto de Deus e da beleza que Ele é.
Foi um homem que passou discreto, pouco se sabe da sua vida, mas que, percebemo-lo pela sua arte, tinha uma profunda vida de oração, de intimidade com o Senhor.
Bastantes vezes penso, também, se a história de Rublev não seria semelhante à do peregrino russo, aquele que rezava a oração de Jesus: Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim! Também a leitura de Relatos de um peregrino russo ao seu pai espiritual (Prior Velho, Paulinas 2007, 334 p.) me mostra a radicalidade destes homens no seguimento de Cristo, na busca de um despojamento efectivamente total que os configure com o Mestre.

Que sempre nos seja dada a graça de poder rezar através das obras de Rublev, e que sempre haja artistas cristãos que, como ele, pela sua arte nos conduzam à vida dos sacramentos. Quem contempla com verdade o Salvador, ou sobretudo a Trindade de Rublev, não pode não ter vontade de se reunir com a comunidade na Eucaristia, de se aproximar do perdão e da vida de caridade.
Quando a arte não é um meio para viver os sacramentos, então ela não é verdadeiramente cristã.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Teologia da libertação (apontamento breve)

Se a Igreja é só "povo", e tudo se centra no "povo", esquece-se que o "povo" é Povo de Deus, e que a Igreja é, por isso, de Deus! Uma Igreja só com "povo" não tem Cristo, e sem Cristo não existe. Uma Igreja sem Cristo e sem a dimensão sobrenatural e incompreensível (porque Deus permanece sempre incompreensível, como diz, entre outros, Santo Anselmo), é mais pobre (mais, não é mais ela) e chama estúpidas às pessoas. A linguagem que alguns acham ser a que o "povo" percebe muitas vezes já não é a linguagem de Deus...

Precisamos de levar Deus mais a sério. E que cada um se ponha no seu lugar. Que Deus seja Deus, os padres sejam padres e os leigos sejam leigos. Pim.

Esta missão popular que me persegue!

Ao ouvir, em Liturgia, críticas à forma como os padres se acham o centro da celebração litúrgica e sublinham a homilia mais que tudo o resto na Missa, não posso deixar de me lembrar dos senhores padres missionários com que me tenho cruzado nestes dias...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Porque prefiro a iconografia oriental a Rubens

O Cristo da fé é o mesmo Cristo da história, como nos diz Ratzinger/Bento XVI. O homem sofredor da cruz é o Deus Salvador da história. A cruz não é simples castigo, como que a desculpar-nos o pecado, pois se até o homem perfeito que fez sempre o bem foi entregue à morte, não há para nós muito a fazer, mas é local de amor, de dom de si, de Glória!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Missão

«A michão istá pachando por aqui! A michão istá pachando por aqui! Quand' ela pacha tudo se renoba, a tristeja bai, a alegria bem! Quand' ela pacha tudo se renoba, a alegria bem para mim, pra ti também!» (padre João Maria Barbosa de Lemos, sacerdote vicentino)

Acolher uma missão redentorista é estar entre a teologia da libertação e tiques sodomitas...

domingo, 7 de março de 2010

Festival RTP da Canção 2010 (parte II)

O enorme talento que fez isto só podia ser o mesmo que há uns tempos fez esta maravilha! E concorrendo muito bem com os originais... Quer um quer outro...

Festival RTP da Canção 2010

Não percebo como no ano em que finalmente no Festival aparece isto (feito por um daqueles cromos que já ganhou com meia Europa) ganha antes isto... Mas vamos à Eurovisão pop ou romântica?!

sábado, 6 de março de 2010

A alegria virá depois da Cruz

Ou porque terei de participar numa peça de teatro em que querem meter uma cena da Ressurreição para ser representada em Sexta feira Santa... Que pressa de contar o fim da história!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Um bigode no futebol

O futebol português está em crise, penso que todos o notamos. Esse facto, julgo que se deve a uma razão muito simples: os jogadores e técnicos nacionais decidiram, massivamente, abdicar dessa característica intrinsecamente portuguesa que é o bigode! Se dantes tínhamos, entre uma série de outros fartos exemplos, um Artur Jorge, um Humberto Coelho, um Oliveira, um Carlos Queirós, um Veloso, um Álvaro Magalhães, um menos conhecido (e hoje infelizmente mais desprezado pelo mundo do futebol...) Romeu, um Toni e, sobretudo, um Chalana, hoje, além de muitos destes terem deixado para trás esta característica peculiar (honra seja feita a Toni, Chalana e Veloso, homens fiéis aos seus princípios capilares), encontramos entre os nossos jogadores precisamente anti-heróis no que a este aspecto diz respeito... Vejamos alguns exemplos: Cristiano Ronaldo; Miguel Veloso, que devia fazer outro tipo de honra a seu pai; Ricardo Quaresma (evito continuar esta exposição, porque quase todos os actuais jogadores se enquadram neste paradigma do metrossexual, depilado da cabeça aos pés)...
Ora, sem bigode, lógico que não vamos longe... Ou seja, alguém, nem que seja um dos brasileiros naturalizados, deixe crescer um bigode, a bem do regresso de Portugal aos grandes êxitos e de uma possível vitória no Mundial!
Uma última palavra para Matías Fernandez, médio do Sporting, cuja incipiente farfalhinha não será alheia à sua capacidade como jogador.

Serei político?

(A propósito de conversas no facebook sobre o clube lá da terra)

Dei comigo a pensar que me poderiam perguntar se sou político, dado o meu tipo de argumentação... E eu, que nem um doido, respondo: NÃO! Sou teólogo! Tenho o mesmo nível de retórica mas não sou mentiroso! Eu sei que existe a Verdade!

Córdula

Ainda só vou no princípio da minha leitura de Córdula, desse monumento teológico que é Hans Urs von Balthasar (VON BALTHASAR, Hans Urs, Córdula ou o momento decisivo, Lisboa, Assírio & Alvim 2009, 126 p.), e o autor já foi, para mim e para todos os que se aproximarem desta obra, bastante clarinho: «Quem opta pelo seguimento escolhe Jesus (que vale mais do que «pai, mãe, filho e filha»); mas quem prefere Jesus escolhe a cruz como o lugar onde o morrer não é uma eventualidade, antes uma certeza plena» (p. 13-14). Sem medo, Balthasar socorre-se das palavras de Josef Schmid, indo (se é que é, de facto, possível) mais longe... «O pensamento principal e dominante é que o sofrimento nas suas várias formas, a separação das pessoas mais queridas, a perseguição e, por fim, o martírio fazem parte do destino do discípulo. Isto tem a sua razão na pessoa de Jesus, que obriga os homens a tomar decisão pró ou contra» (p. 15).
De facto, perante Jesus ou se é sim ou se é não (Cf. 2 Cor 1, 19), e sempre que diante d'Ele se for sim o nosso fim é a morte, o testemunho, o martyrion. E não pode ser doutra maneira.
Será de certeza interessante ler este Córdula. É dos poucos livros que, sem ter lido na íntegra, já recomendo a quem o queira e possa ler que o faça.

Esforço, Dedicação, Devoção e Glória


Tal como para Einstein «o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário», também no Sporting a Glória só vem depois do Esforço, da Dedicação e da Devoção.
Se a Glória é um dos atributos de Deus, se não mesmo o próprio Deus, já dizer-se «glorioso» é, objectivamente, uma heresia.

Esforço, Dedicação, Devoção e Glória: Eis o Sporting!

Acordo Ortográfico

Nos alvores do século XXI ainda Manuel Romão escrevia ameicha.

Venâncio Fortunato

Pode até ter sido um dos grandes autores de Hinos da Liturgia das Horas, mas Venâncio Fortunato será sem dúvida um grande nome para um filho: "Venâncio Fortunato, não voltamos a sair à noite por causa do teu comportamento!"

Cereais económicos

Mesmo com o Presidente da República a dizer o que disse, os Weetos que comi hoje de manhã traziam as informações em português, espanhol e... grego.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Circo litúrgico

Deixa-me no mínimo irritado que certas missas tenham mais palhaçada que alguns espectáculos de circo...

Língua "traiçoeira" ou pessoas burras

Hoje ouvi que os carros podem ter omulgadelas...

O gosto, o respeito e a expressão


Por causa das redes sociais, como a da imagem acima, tenho dado comigo muitas vezes a ler opiniões dos outros, o que não deixa de despertar em mim uma certa ira contra esta coisa da opinião a todo o custo... Tudo é igual: dizem-se as maiores barbaridades, ofendem-se as pessoas, mas depois no fim diz-se: «Era só uma opinião». E fica tudo bem. Como alguns mais inteligentes do que eu vão dizendo, para cada grupo a favor surge um grupo anti, e vice-versa (claro que eu também faço parte de alguns anti e de alguns a favor, acho que isso ajuda a dizer da minha personalidade). Até há os que se metem nos anti ou nos a favor só para mostrar porque deviam ser do grupo contrário (às vezes falando uma língua demasiado vernacular).
Depois há a questão do gosto... Fala-se bem daquilo que se gosta e mal daquilo de que não se gosta. Sempre. Aquilo de que se gosta nunca pode ter defeitos (ou o que é considerado bom, como por exemplo Cristiano Ronaldo, que nunca faz um passe ou um remate mal feito; o defeito está sempre no colega, ou na bola, ou na chuteira, ou no vento ou no relvado) e aquilo de que não se gosta nunca pode ser bom (gostaria de não ter de situar aí a relação dos jornalistas desportivos do i com o Sporting...).
Curiosa é a forma de, nas redes sociais, mostrar aos outros que deviam respeitar os próprios gostos: desrespeitando os alheios: "Eu até nem dizia mal dos Jovens Heróis de Shaolin, mas vocês puseram-se a dizer mal da Hello Kitty e agora tomem!" (esta foi a última linda discussão (pus o significado porque, também nas redes sociais há bastantes inteligências, ou falta delas, que confundem discutir com ralhar) que presenciei, por isso a exponho aqui; não há qualquer razão preferencial). Pessoas com vintes bem entrados, trintas, quarentas, a ter atitudes de crianças...
Enfim, as redes sociais serão sempre, cada vez mais me dá essa ideia, o lugar onde pomos a nú o adolescente infantilizado que há em nós. E, para terminar, uma frase "profunda", da minha autoria, que julgo ter a ver com este tema: Nem sempre o que quero é o que posso... E era tão bom se todos percebessem isso...

Poder é sempre querer, mas o contrário não é tão verdade...

Doença

Nunca se esqueçam do guarda-chuva ou ao menos de um capuz. Na manhã seguinte acordam cheios de dores de cabeça e não conseguem ir às aulas... E ainda por cima hoje era um dos dias em que valia a pena ter ido...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Portugal - China ou chop suey numa quarta à noite

A selecção não jogou nada e por pouco os chinocas não fizeram deles chop suey... E já agora, porque será que quando um qualquer profissional erra é azelha mas quando é um futebolista português a culpa é do relvado, da bota ou das fases da lua? Os moços são profissionais, não podem fazer vinte e tal remates e fazer apenas um golo! Isso faço eu nos jogos com os amigos... Pede-se mais, tem de se pedir mais a profissionais!

Dora (parte II)

Dora ainda durou mais dois dias mas acabou por entregar a alma ao Criador... Morreu-me nas mãos e acabou numa papeleira...

Relatos de uma tournée por München

Como já se tornou hábito no final das minhas épocas de exames da UCP, faço sempre um pequeno passeio de descompressão. Este ano, a convite do meu amigo Valter, decidi acompanhá-lo numa viagem à cidade alemã de Munique, em vôo da TAP (no qual ele foi como co-piloto), embora a Alemanha em geral e a Baviera em particular não fizessem parte dos meus destinos de sonho (mesmo sendo a terra natal do Papa). Dia 28 de Fevereiro à tarde, parto rumo ao Aeroporto da Portela, onde embarquei no vôo das 18.55h. Cheguei ao Aeroporto Franz Josef Strauss já tardinho, e pela segunda vez na minha vida vi nevar (a primeira vez havia sido em Ávila, já há uns anitos...). Seguimos numa Mercedes Vito, quais ciganos, para o hotel Marriot, em Freising. Aproveitámos para provar a cerveja local, Weihenstephan, feita na fábrica de cerveja mais antiga do mundo.
No dia seguinte apanhámos o comboio/metro (chamo-lhe assim porque as carruagens são semelhantes às do nosso comboio da Linha de Cascais mas no centro da cidade as estações são subterrâneas) para o centro de Munique, onde fomos visitar o Deustches Museum, o que valeu de facto a pena. É um museu como penso não termos por cá, tendo obras de todo o tipo (desde pintura, escultura, aviões, intrumentos musicais, motores, barcos (dos quais saliento um moliceiro e um barco de pesca da Nazaré, o segundo em miniatura), um submarino) e proporcionando-nos um contacto directo com a ciência (tem um microscópio electrónico e várias exposições interactivas do âmbito da Química, da Física e da Biologia).
Saídos do Museu, fomos jantar numa espécie de tabernas que há por Munique, onde se serve boa cerveja e um pernil de porco que é uma categoria. No caso fomos ao Augustiner Großgastätten, sítio agradável e, no mínimo, bastante cabreirão, visto termos de partilhar a mesa (mesas corridas, também bancos corridos) com quem lá estiver.
Dia 30, ainda de madrugada, regressei a Lisboa. Do Aeroporto de Munique saliento o café à borla na zona de embarque e deixo uma sugestão à malta que manda na Portela: metam também umas máquinazinhas para fazermos o check-in mais depressa, sobretudo se puserem também raparigas giras a ajudar a trabalhar com aquilo!
Para uma próxima viagem a este destino (que se tornou, agora, um destino de "sonho", pelo menos um lugar onde gostaria de regressar) ficam as igrejas, sobretudo a Catedral de Freising e a Frauenkirche, catedrais onde o actual Papa foi Bispo. Caso se proporcione hei-de ir também a Weihenstephan, onde há um mosteiro beneditino do século VIII, local da primeira fábrica de cerveja do mundo (é caso para dizer que nem os bêbados se safam da Igreja!!!).

Birds

Ou como é lindo ter pássaros a cantar na casa de banho devido à chuva. Nas condutas do ar...

Conclusões sobre a figura de Paulo

A vida de Paulo há-de ter sido sempre tensão entre judaísmo e helenismo... Aqui estou com Bultmann (pouco mais do que aqui...) e com Murphy O'Connor. A vida cristã é sempre tensão, não fosse Cristo Deus e Homem.

Metáfora de uma sociedade pós-cristã

Para o Pedro

Dora não funcionava e foi posta no lixo.

terça-feira, 2 de março de 2010

Mais um começo...

Depois de várias tentativas de escrever blogues, cá vai mais uma... Socorro-me das palavras do poeta Herberto Helder (mais propriamente, do título de uma das suas obras) para falar do que pretende ser este blogue, sinal da vida como poema contínuo, no sentido de ser bela sempre, surpreendente sempre, desafiante sempre, fora de controlo sempre, indizível sempre, imprevisível sempre... Aqui partilharei as minhas inquietações, aquilo que me surpreende, me chama a atenção, me apetece dizer (não guardar no meu baú pessoal...), porei em comum aquelas coisas próprias de quem anda à procura do homem, de lanterna na mão, mesmo sendo meio-dia, como Diógenes. É sítio de pequenas frases que me despertam atenção, de textos de "opinião" que me permitam desabafar publicamente... Que este blogue me ajude a mim, e possa ajudar quem lê, na busca infindável da beleza.