blogue de poesia e teologia.

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terça-feira, 12 de agosto de 2014

noites alegres

o moinho velho ainda trabalha
fazendo um ruído grande à noite

ao fundo crianças falam alto
porque os pais não os repreendem
como se fazia dantes
em que ainda lhes ensinavam
que falar alto à noite era má educação
e um perigo dos grandes

chove de uma maneira esquisita
e percorro, como sempre,
as ruas da aldeia em completa solidão.
acontece-me cruzar-me com pessoas
três jovens dois carros uma velha
a carrinha azul da série de televisão
mas já ninguém acena nem diz boa noite
muita coisa que havia noutros tempos se perdeu
nem todas as coisas eram más
a fome o medo a falta de conversas à noite sim

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