
Foi um homem que passou discreto, pouco se sabe da sua vida, mas que, percebemo-lo pela sua arte, tinha uma profunda vida de oração, de intimidade com o Senhor.
Bastantes vezes penso, também, se a história de Rublev não seria semelhante à do peregrino russo, aquele que rezava a oração de Jesus: Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim! Também a leitura de Relatos de um peregrino russo ao seu pai espiritual (Prior Velho, Paulinas 2007, 334 p.) me mostra a radicalidade destes homens no seguimento de Cristo, na busca de um despojamento efectivamente total que os configure com o Mestre.
Que sempre nos seja dada a graça de poder rezar através das obras de Rublev, e que sempre haja artistas cristãos que, como ele, pela sua arte nos conduzam à vida dos sacramentos. Quem contempla com verdade o Salvador, ou sobretudo a Trindade de Rublev, não pode não ter vontade de se reunir com a comunidade na Eucaristia, de se aproximar do perdão e da vida de caridade.
Quando a arte não é um meio para viver os sacramentos, então ela não é verdadeiramente cristã.
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