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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

criadores de mundos

um elogio da criatividade

em apenas vinte e cinco anos, dá para se ser muita coisa. dá para ser o que se é, na verdade, dá para ser o que se foi, e dá para se ser o que as pessoas inventam. a imaginação humana tem um poder admirável, fascinante. 
em tão poucos anos de vida, já tive uma data de vidas. já fui divorciado e com dois filhos, enquanto vivia num apartamento recatado ao pé do mercado. já fui homossexual. já fui cigano. já fui anti-social e fiquei a ler livros em vez de falar com as pessoas que estavam comigo e não lhes dei satisfações porque não gostava delas. já tive um caso com uma pessoa que é, também ela por obra da imaginação, quem tem mais rodagem lá no emprego. até já fui filho de um padre, ao mesmo tempo que era irmão da minha mãe e de um outro amigo. o meu pai já foi meu avô. e, sei lá, pode haver ainda mais coisas.
gosto muito que as pessoas se entretenham a criar mundos. criam problemas, às vezes, porque mexem com a reputação - e a verdade, que é muito mais importante - das pessoas, mas também nos dão razões para rir. e isso vale tudo. isso pode fazer de um homem simples um grande coleccionador de momentos. «aqui estou eu, feliz coleccionador de momentos. a minha vida tem mil vidas lá dentro, não só a minha e a dos que deixo lá entrar, mas também todas essas que queriam que eu vivesse e não vivo. e que engraçado que é!»

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