não sei fazer círculos perfeitos
à mão desarmada,
tenho mãos inúteis para as artes visuais,
o corpo em geral inútil para a arte de viver,
dentro do corpo um coração inútil
para merecer o dom do amor,
dentro da cabeça um cérebro inútil,
incapaz de ideias que salvem a humanidade,
que salvem ao menos uma pessoa,
entro na vida pedindo tantas licenças
e já derrotado por tudo isto
de não saber desenhar círculos perfeitos
e sentir que se soubesse
perdia sempre ao jogo do galo
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