quando apago o candeeiro do quarto
à hora de ir dormir
agarro-me ao ursinho de peluche
que me acompanha desde pequena
e não me abandona nunca
faz sempre o que eu quero
e gosta tanto de mim
e ele segreda-me ao ouvido
que é melhor assim a solidão
do que assumir as rédeas
e o risco de um amanhã novo
da hipótese de que as coisas corram bem
que haja uma companhia que alegra os dias
o meu urso empurra-me para baixo
e eu gosto assim
para quê sonhar?
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