um poema para Miguel Araújo Jorge e António Zambujo
pelo amor é que vamos sempre
diz o lugar comum
e a rapariga sentada no eléctrico
de bilhete na mão a desfazer-se
com o poder que o suor nervoso
sempre transporta
é o pica que não chega
para fazer um furinho no papel
com um alicatezinho esquisito
ou uma caneta que não já não escreve
mas faz imenso jeito
quando a maquineta de furar
fica perdida num bolso
três bancos depois o pica passa
boa tarde um furo obrigado e boa viagem
e ela obrigada obrigada risos
e a cara a avermelhar-se
não é hoje ainda que te levo a passear
no jardim do bairro
não é hoje ainda que brinco
com a tua maquineta de fazer furos em papéis
e com as tuas mãos bonitas
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