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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

éter

detesto este cheiro dos hospitais que parece que é injectado na porcaria de todos os corredores, mesmo os que dão acesso a este bar estranho cheio de estetoscópios e batas brancas e azuis e com um micro-ondas a fazer de instalação artística e uma mulher com os lábios todos rebentados da herpes sem haver quem mostre interesse em tratá-la. a mulher do bar do hospital parece daquelas que levou uma injecção de simpatia exagerada, como é comum hoje em dia numa série de serviços, como livrarias e call-centers e lojas de roupa e outros trabalhos em que se ganha uma miséria mas ao primeiro erro se leva um chuto no cu e ala para casa. detesto que nos hospitais ainda haja tantas raparigas bonitas, nas escolas já não há. trabalho numa escola, parece que sim, dá bom dinheiro limpar escolas, disseram-me uma vez, mas tem de se sorrir muitas vezes às senhoras professoras. não gosto nada de andar sempre a caminhar para aqui, é o pai mal-disposto e marcar análises de rotina e ver os amigos operados a pernas e postos a andar num instante, aqui só dá despesa ao estado, vá para casa, e os amigos com uma espécie de avc a arriscarem-se a perder uma vista, não sei se arrancada numa operação cirúrgica feita com a observação de duas estagiárias bonitas como já não há nas escolas. diabo de sítio este que me põe a espirrar e com uma sensação de uma constipação qualquer ou gripe, no autocarro para o imaginário duas velhas discutiam se era ou não a mesma coisa, detesto este cheiro, os hospitais deviam cheirar a flor de laranjeira ou a outra coisa qualquer que nos lembrasse lugares saudáveis e não a isto, a este produto para lavar as mãos quando se tem gripes estranhas com nomes de números e letras.

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