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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

sou um monge sem mosteiro

todos os dias me deparo com pessoas que acho que mais ninguém vê. hoje vi um homem com uma placa ao peito a dizer que dezassete anos de honestidade já lhe chegam e que está farto. hoje vi um velho de muletas a cravar tabaco. hoje vi vários sem-abrigo de barbas sujas. todos os dias vejo gente desta. outro dia estava a conversar com uma amiga quando um louco parou para me desejar boa tarde. talvez ela fosse demasiado linda para ele se lhe dirigir. talvez eu lhe seja demasiado igual para ele se me dirigir. talvez ele só se tenha dirigido a mim porque se calhar só eu os vejo. sou um monge branco no mosteiro do mundo e a minha missão é rezar por estes que só eu vejo, por estes que ninguém vê.

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