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quinta-feira, 4 de junho de 2015

A viagem de Herberto Helder

Tive como única companhia
uma caixa de pampilhos
naquela tarde nas portas do sol
em que me sentei para ler
os passos em volta
à espera que, de repente,
Luiz Pacheco assomasse de novo
àquele banco de jardim
em que o maior dos poetas
lhe leu esse livro
de uma assentada.

O sol pôs-se ao longe
e, não fosse essa imagem
marcada em mim,
voltaria para casa
sem a invocação dos poetas
e sem a invocação dos amores.
O amador, ao rés das águas, continua
à espera da amada
que habita o alto das montanhas.

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