blogue de poesia e teologia.

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terça-feira, 1 de abril de 2014

flores de plástico

ao fundo da estrada monumental
uma casa pequenina
caiada de branco
é dela que sais
com os teus cabelos loiros
para correr pelas serras
à procura de flores roxas
que te enfeitem as orelhas
(a mãe não deixa pôr brincos de madrepérola)
um dia hei-de te oferecer uma flor
mas não sei qual
(crisântemos, cravos, margaridas, frésias)
prefiro flores de plástico
têm um cheiro mais natural
e combinam melhor com naperons
que tapam gira-discos
(um disco dos smiths. tindersticks.
tchaikovsky. verdi. o som do mar nas falésias)
e televisões a preto e branco
em que vejo filmes do tarkovski
e notícias de setenta e dois

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