o homem de cama
recebe a visita dos pombos
que alimentava no parque.
eles sentem a sua falta,
as pessoas não.
nem o homem que lhe vende o milho
nem a senhora que lhe vende o pão
nem os que têm o seu sangue
nem a sua mulher morta.
somos uma cidade de solidões ambulantes
a cumprir horários e caminhos.
já não sabemos nada de ninguém
nem o nome.
até quando haverá pombos
que se lembrem de nós?
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