
Ao analisar várias situações dessas que têm ocorrido nos últimos dias, pensava que talvez não seja assim tão mau ser parvo. Pelo menos se recorrer aos meus breves conhecimentos de latim, que me levam a recordar que parvus, -i quer, na origem, dizer «pequeno». E isto é bastante curioso, quando ouço um ateu militante chamar infantis aos que têm fé, mas sobretudo quando ligo essa sua afirmação àquela outra de Jesus, «Se não vos tornardes como crianças não entrareis no Reino dos Céus» (Mt 18, 3), ou à de Paulo, «Por causa de Cristo somos idiotas, e vós, sábios em Cristo! Nós somos fracos, e vós, fortes! Vós, honrados, e nós, desprezados!» (1 Cor 4, 10), ou à de João Baptista, «Ele é que deve crescer, e eu diminuir» (Jo 3, 30). Se repetidas vezes caio na parvoíce, talvez seja por uma questão de treino, porque, de facto, duas das orações que mais rezo são a oração do coração, «Senhor Jesus, Filho de David, tende piedade de mim que sou pecador» e esta frase de São João Baptista, seguindo com ela o mesmo ritmo da oração do coração [acerca da oração do coração, recomendo a leitura dos Relatos de um peregrino russo ao seu pai espiritual, com tradução portuguesa das Edições Paulinas]. Quem reza estas duas orações descobre-se mais «infantil», mais pequeno, parvo, mas isso não é mau. Só mostra que os meus vasos de barro transportam um tesouro que é muito maior do que eu, e que por mais que eu quisesse não o conseguiria tapar.
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