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terça-feira, 16 de julho de 2019

guitarra portuguesa

Para o Manel

a sala escurecia, alguém implorava por silêncio,
fechavas os olhos, mãos nos bolsos,
e a timidez de repente escondia-se por baixo da tua voz,
não mais a desconfiança de que todos estão a olhar para ti,
não mais o medo da casa solitária
afastado pelos movimentos do corpo,
não mais os amores que se perdem
e que foste deixando fugir
carpidos nos poemas que cantas
nem sempre sobre os cavalos e a lavoura,
às vezes sobre os beijos não dados e as saudades,
em segredo cantavas as saudades
que havia de ter de ti
quando caísses levemente sobre a terra

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