já vi morrer um homem.
assisti impotente a tudo
do lado de lá da janela grande
de um autocarro
com destino ao colégio militar.
as mãos nervosas contra a janela,
como se pudesse ajudar,
e depois a mão esquerda
rumo ao bolso esquerdo
para te dizer que estava a ver morrer um homem,
e o coração a desistir de to dizer
porque sei que és sensível a essas coisas
e sofres muito com as dores do mundo.
pensei ligar à minha mãe
e gritar por ajuda,
mas o telefone tocava e ninguém do outro lado.
fiquei para ali deixado
com dores horríveis no peito
e uma convicção profunda a crescer
de que o que me falta
é descobrir um verso
que nos pacifique da inevitabilidade do fim
de tudo isto
blogue de poesia e teologia.
aqui não se escreve segundo o acordo ortográfico de mil novecentos e noventa.
aqui não se escreve segundo o acordo ortográfico de mil novecentos e noventa.
Pesquisar neste blogue
quinta-feira, 11 de julho de 2019
a inquietação
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário