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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

relógio na parede azul

estava há duas horas em pé com a chave do carro na mão. cumprimenta as pessoas «boa tarde, está tudo bem de saúde, é a minha esposa a vomitar e mal dos intestinos». a esposa há hora e meia num cubículo com três velhos e cinco sofás laranja, «espere aqui minha senhora, tem a pulseira amarela e vão já chamar» e entretanto um homem, vinte e quatro centímetros de ferro de seis pé acima, a mulher «amor, queres uma sandes?», enquanto o montavam numa cadeira de rodas, «não, isto ia era uma bifana e uma média super bock». a esposa demorava e as pernas começavam a bater num ritmo nervoso e certo, «que diabo de espelunca, nem há uma revista do correio da manhã». eram os bombeiros a não precisar de ajuda para acartar macas e os ciganos a fumar ali ao pé enquanto levam soro nas veias, ele nem sabia aquela piada da seringa das farturas nem do esporão intra-venoso. «olhe, olhe, aí vem a sua esposa!» e ele «por uma caixa de comprimidos e uns géis para a barriga tinha-te feito um chá e não gramávamos isto». é o fecho centralizado do carro que não trabalha e os rodapés das notícias por ler.

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