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terça-feira, 6 de maio de 2014

queimar

em pequeno achavas que era o fogo
a coisa mais forte e protectora
sonhavas um dia abraçares-te ao lume
imaginavas o dia em que ele não te queimasse
um dia inaugural novo diferente
dia de uma chama nova que chama
que te levasse a um dia novo
com uma luz intextinguível
uma vela gigante que não se apaga
um sol que brota da terra

naquele dia saíste nu
em busca da fogueira no meio da serra
aquela fogueira no meio da serra
foram tarde demais os homens com os cães
já não evitaram o teu encontro com o fogo
último dia aquele último dia aquele
o dia em que agarraste o fogo
«finalmente te abraço meu protector»
e ele abraçou-se a ti
o fogo que protege também mata
matou naquele dia estúpido
como tu foste estúpido
a querer provar que o fogo queima
e que escondida nele pode estar
a felicidade e um amor qualquer
não há. no abraço do fogo a morte ri.

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