blogue de poesia e teologia.

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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

chorei cavalos

quando partiste chorei cavalos
não por ti
por um nós que já não é
que acho que nunca foi

era capaz de chorar mais pelos meus livros
talvez ame demais os meus livros
talvez os ame mais do que te amei a ti

devia fazer como o homem
que casou com a sua almofada
e pôr um anel em volta do Cântico dos Cânticos

os meus livros não partem
os meus livros não desistem
os meus livros não fogem
os meus livros não me deixam a sofrer sozinho
(se sofro é com eles)

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