Se há coisa que me mete especial irritação são os telemóveis que tocam dentro das igrejas. Cada vez que ouço um tocar, lembro-me dos guarda-ventos de algumas igrejas onde estão frases do tipo «Deus não fala ao telemóvel. Desligue o seu», mas a que ninguém liga.
Para mim, os telemóveis que tocam nas igrejas são sinal de duas coisas. A primeira, é que ir à igreja rezar, em geral, e ir à Missa, em particular, já deixaram de ser coisas "fora do tempo", num lugar onde quem governa é Deus e onde se fala com Ele, sobretudo, através do silêncio. O tempo dos telemóveis nas igrejas é o do império das guitarras e das flautas e das baterias e das músicas "para jovens" e das palmas e é o tempo em que se vai à Missa, de carro, à paróquia ao lado só porque o padre demora menos tempo e podemos ir almoçar mais cedo. Fascinam-nos as experiências de retiro de silêncio, ou de recolecção, ainda há quem se deixe fascinar pela vida dos monges, o que seja, mas não somos capazes de fazer o nosso retiro de uma hora semanal para a Eucaristia. Já não somos capazes de sair do ritmo do mundo, como bem denuncia a anedota do padre que durante a consagração gritou «Golo», porque nem durante a Missa largava a telefonia para ouvir os relatos do futebol...
A segunda coisa de que os telemóveis nas igrejas são sinal é da falta de respeito que as pessoas começam a demonstrar pelas outras. Como o seu telemóvel lhes pode fazer jeito, deixam estar o som, e chegam até - infelizmente não tão raras vezes como isso... - a atendê-lo durante a Missa, como se não se estivesse a passar nada... Neste sentido, ponho os telemóveis no mesmo campo das chanatas de enfiar no dedo, que se usam "porque está calor e são confortáveis", ou das camisolas de alças ou dos calções ou micro-coisas (saias ou calções) que também se teimam em levar para a igreja ou para os locais de trabalho. É, de facto, a ditadura do individualismo: "desde que eu me sinta bem, tenha à mão tudo de quanto preciso, os outros que se aguentem. Se gostam de ver, vejam, se não gostam não vejam". Perdeu-se o respeito pela sociedade, mais, pela comunidade e pelos acontecimentos comunitários. Já não há espaço de intimidade, em todo o lado se mostra tudo e de todas as maneiras (sinal disso são os colegas que contam a sua vida sexual toda desde pequeninos como se fosse uma coisa normalíssima e como se não houvesse um espaço individual de intimidade que importa preservar).
A sorte é que, com os telemóveis, a solução é simples. Carregue no botão off ou escolha o modo silêncio. A comunidade cristã agradece, e Deus também, mesmo não falando por telemóvel...
Para mim, os telemóveis que tocam nas igrejas são sinal de duas coisas. A primeira, é que ir à igreja rezar, em geral, e ir à Missa, em particular, já deixaram de ser coisas "fora do tempo", num lugar onde quem governa é Deus e onde se fala com Ele, sobretudo, através do silêncio. O tempo dos telemóveis nas igrejas é o do império das guitarras e das flautas e das baterias e das músicas "para jovens" e das palmas e é o tempo em que se vai à Missa, de carro, à paróquia ao lado só porque o padre demora menos tempo e podemos ir almoçar mais cedo. Fascinam-nos as experiências de retiro de silêncio, ou de recolecção, ainda há quem se deixe fascinar pela vida dos monges, o que seja, mas não somos capazes de fazer o nosso retiro de uma hora semanal para a Eucaristia. Já não somos capazes de sair do ritmo do mundo, como bem denuncia a anedota do padre que durante a consagração gritou «Golo», porque nem durante a Missa largava a telefonia para ouvir os relatos do futebol...
A segunda coisa de que os telemóveis nas igrejas são sinal é da falta de respeito que as pessoas começam a demonstrar pelas outras. Como o seu telemóvel lhes pode fazer jeito, deixam estar o som, e chegam até - infelizmente não tão raras vezes como isso... - a atendê-lo durante a Missa, como se não se estivesse a passar nada... Neste sentido, ponho os telemóveis no mesmo campo das chanatas de enfiar no dedo, que se usam "porque está calor e são confortáveis", ou das camisolas de alças ou dos calções ou micro-coisas (saias ou calções) que também se teimam em levar para a igreja ou para os locais de trabalho. É, de facto, a ditadura do individualismo: "desde que eu me sinta bem, tenha à mão tudo de quanto preciso, os outros que se aguentem. Se gostam de ver, vejam, se não gostam não vejam". Perdeu-se o respeito pela sociedade, mais, pela comunidade e pelos acontecimentos comunitários. Já não há espaço de intimidade, em todo o lado se mostra tudo e de todas as maneiras (sinal disso são os colegas que contam a sua vida sexual toda desde pequeninos como se fosse uma coisa normalíssima e como se não houvesse um espaço individual de intimidade que importa preservar).
A sorte é que, com os telemóveis, a solução é simples. Carregue no botão off ou escolha o modo silêncio. A comunidade cristã agradece, e Deus também, mesmo não falando por telemóvel...
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