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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Podia ter ira ou desejo de vingança, mas não


Diante das acusações (infelizmente com fundamento) feitas à Igreja, a propósito dos casos de pedofilia perpetrados por sacerdotes, a minha tentação é a de sugerir à comunicação social que vá falar dos pecados dos muçulmanos, a ver se não lhes começam logo a rebentar bombas no rabiosque... Mas não, prefiro acompanhar o Magistério, reconhecer a verdade dos crimes e pedir perdão, pelo que se fez e pelo que não se fez e não se disse. Se há duas coisas em que a Igreja choca com o mundo contemporâneo é em não ter um sistema de comunicação que funcione ao ritmo do desejo da opinião pública (para muitos será um defeito, para mim é uma vantagem) e em pedir perdão, em preferir a "humilhação" do perdão à defesa teimosa dos actos cometidos... O que precisamos, neste "combate", é de usar estas duas armas, de mostrar que na Igreja as decisões políticas que houver a tomar (embora o derrube de um Papa, como desde o início do pontificado de Bento XVI vêm tentando, não seja algo meramente de carácter político; afinal, a eleição de um Papa é também lugar de acção do Espírito Santo) não dependem do desejo da opinião pública (sobretudo quando, como neste caso está mal - perversamente - formada) mas do desejo de Deus!

Eu, porém, digo-vos: Não oponhais resistência ao mau. Mas, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra. (Mt 5, 39)

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