
1. O cultivo da amizade por interesse. Muita gente se junta à nossa lista de "amigos" do facebook apenas para aumentar a sua lista de vizinhos do farmville. Nunca os vimos mais gordos, nem provavelmente um dia os veremos mais magros, mas são nossos amiguinhos, em troca de uns pregos e umas sacas de batata (virtuais, pois claro!) [não tenho nada contra ter amigos virtuais que nunca vi, desde que esses sejam pessoas de que gosto por algo que fazem (artistas, jornalistas, [raparigas giras...] etc.) ou alguém com quem partilho interesses].
2. Dar esperando sempre algo em troca. Por culpa não só das pessoas como da própria aplicação sempre que se recebe algo de alguém vem um convite para enviar algo em troca. Cultiva-se o agradecimento imposto e esquece-se o verdadeiro dom quer da gratuidade quer do agradecimento sincero. É-nos proposto que ajudemos nas "quintas" (na verdade aquilo são fazendas (no sentido português do termo), mas enfim...) dos outros, mas sempre pressupondo que esses ficarão a saber e retribuirão.
3. Cultiva-se a pedinchice. Ao abrir o facebook na página inicial são imensas as mensagens de indivíduos semelhantes a drogados em ressaca pedinchando um prego ou uma tábua de madeira para acabar um galinheiro. Comparo estes indivíduos aos arrumadores de carros da vida real, até tenho medo que um destes dias me risquem o perfil em retaliação!
4. Torna-se o centro da vida real das pessoas. Como se não bastasse já o futebol e o desporto em geral e a vida dos outros para alienar as pessoas em relação aos seus próprios problemas (e ainda há quem cite Marx e a sua célebre frase "a religião é o ópio do povo", como se hoje fosse sobretudo ela o que aliena as pessoas (olhe-se para o estádio da Luz em dia de jogo e para a capa dos jornais desportivos portugueses...)), agora também o farmville ocupa essa função. Se as conversas de café podiam ser sobre algo (minimamente) edificante, ou pelo menos sobre algo que fomentasse a união cultural e espiritual entre as pessoas, fala-se sobre debulhadoras, uvas e batatas virtuais...
P. S. De início gostei deste jogo porque era de ter uma fazenda e cavar, logo bastante cabreirão. Mas depois comecei a ver nas pessoas este tipo de atitudes que enumerei e fartei-me, até porque as acho pouco consentâneas com a criação de perús, galinhas, vacas, patos e cabras, bem como com o cultivo de batata, cebola e pimento... Não bloqueei a aplicação, continuo a aceitar tudo o que me mandam (nem que seja pedidos de coisas, se me pedirem coisas eu mando), mas recuso-me a ser assíduo e compactuar com o degredo social por via virtual...
2. Dar esperando sempre algo em troca. Por culpa não só das pessoas como da própria aplicação sempre que se recebe algo de alguém vem um convite para enviar algo em troca. Cultiva-se o agradecimento imposto e esquece-se o verdadeiro dom quer da gratuidade quer do agradecimento sincero. É-nos proposto que ajudemos nas "quintas" (na verdade aquilo são fazendas (no sentido português do termo), mas enfim...) dos outros, mas sempre pressupondo que esses ficarão a saber e retribuirão.
3. Cultiva-se a pedinchice. Ao abrir o facebook na página inicial são imensas as mensagens de indivíduos semelhantes a drogados em ressaca pedinchando um prego ou uma tábua de madeira para acabar um galinheiro. Comparo estes indivíduos aos arrumadores de carros da vida real, até tenho medo que um destes dias me risquem o perfil em retaliação!
4. Torna-se o centro da vida real das pessoas. Como se não bastasse já o futebol e o desporto em geral e a vida dos outros para alienar as pessoas em relação aos seus próprios problemas (e ainda há quem cite Marx e a sua célebre frase "a religião é o ópio do povo", como se hoje fosse sobretudo ela o que aliena as pessoas (olhe-se para o estádio da Luz em dia de jogo e para a capa dos jornais desportivos portugueses...)), agora também o farmville ocupa essa função. Se as conversas de café podiam ser sobre algo (minimamente) edificante, ou pelo menos sobre algo que fomentasse a união cultural e espiritual entre as pessoas, fala-se sobre debulhadoras, uvas e batatas virtuais...
P. S. De início gostei deste jogo porque era de ter uma fazenda e cavar, logo bastante cabreirão. Mas depois comecei a ver nas pessoas este tipo de atitudes que enumerei e fartei-me, até porque as acho pouco consentâneas com a criação de perús, galinhas, vacas, patos e cabras, bem como com o cultivo de batata, cebola e pimento... Não bloqueei a aplicação, continuo a aceitar tudo o que me mandam (nem que seja pedidos de coisas, se me pedirem coisas eu mando), mas recuso-me a ser assíduo e compactuar com o degredo social por via virtual...
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