blogue de poesia e teologia.

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

bocas

caminho rebuscado
o de transformar um texto sobre solidão
ausência sentimento de inutilidade partida
numa coisa sobre amor
e em seguida transformar o amor
numa parvoíce qualquer epidérmica
própria dos garotos de doze anos
como se tudo se esgotasse em elogios inócuos
e nos estivéssemos a proteger do amor puro
um amor tão puro em que não havemos de tocar
e a ferrugem estragará tanto quanto estragaria o uso

com isto cheguei a duas conclusões:
do amor quero sempre outra coisa que isso
e não se ama quem não consegue ler duas linhas

regresso agora à minha solidão
esse lugar de onde vai sendo preciso
pedir a pessoas que vão embora
porque aqui dói muitas vezes

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