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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Mulher(es) mesmo bonita(s)

Aqui há tempos um amigo dizia-me, frase "da sua avó", que «mais vale ficar calado e passar por burro do que abrir a boca e confirmar as suspeitas», mas não deixo de pensar, também, como diz o outro provérbio, que «à mulher de César não basta ser, é preciso parecer», ou seja, se me encanto com a beleza das coisas e das pessoas só pelo que vejo cada vez mais o que faz a diferença entre a verdadeira beleza e essa aparente é o que sai do coração. De resto, já diz o Evangelho, «Jesus respondeu-lhes: «Também vós não sois ainda capazes de compreender? Não sabeis que tudo aquilo que entra pela boca passa para o ventre e é expelido em lugar próprio? Mas o que sai da boca provém do coração» (Mt 15, 16-18). Foi assim que fiquei agradavelmente surpreendido com a entrevista de Joana Carneiro (que já tive a graça de "conhecer" pessoalmente [foi uma das convidadas das culturalmente muito produtivas sessões de tutoria com o padre Tolentino]) à notícias magazine. Deixo aqui um excerto que achei particularmente bonito. Antes, digo que se a Joana "física" já era muito bonita, agora, aos meus olhos, reluz muito mais.

nm: Que palavras usaria para se definir?

JC: Sou uma pessoa com muita sorte, sobretudo. Uma pessoa com muita sorte. Que tem tido muitas graças na vida e que tem tido a sorte de ter tido muito amor, que tem tido a sorte de conhecer pessoas extraordinárias que me salvam diariamente, na música e não só. Questiono-me muitas vezes porque é que a vida tem sido tão generosa para comigo. Na família em que nasci, no país em que nasci, - num país que me amparou desde cedo, que me ajudou a transformar e a desenvolver a minha imaginação artística -, …

nm: Não está a pôr muito o acento tónico na sorte? Então o seu esforço, o seu mérito, o seu talento?

JC: Bom, eu acho que trabalho muito… mas aquilo que sinto é que há muitas pessoas neste mundo que trabalham muito e não têm as oportunidades que eu tive. Por isso existe um factor sorte, existe um factor mistério na minha vida. Nas alturas mais difíceis da minha vida, acabo sempre por ter muito mais coisas para agradecer do que para pedir. (silêncio) E realmente isto é uma graça enorme. Que tem que ver com coisas misteriosas e que nos são dadas gratuitamente. E nesse sentido, acho que sou uma pessoa com muita, muita sorte.

nm: De onde acha que vem essa sorte?

JC: É evidente, não é? De onde acho que vem essa sorte? Vem de qualquer coisa que vai muito para além daquilo que é terreno.

nm: Deus?

JC: Vem de Deus. Com certeza. Não tenho dúvidas que sim. Não tenho dúvidas.

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