nm: Que palavras usaria para se definir?
JC: Sou uma pessoa com muita sorte, sobretudo. Uma pessoa com muita sorte. Que tem tido muitas graças na vida e que tem tido a sorte de ter tido muito amor, que tem tido a sorte de conhecer pessoas extraordinárias que me salvam diariamente, na música e não só. Questiono-me muitas vezes porque é que a vida tem sido tão generosa para comigo. Na família em que nasci, no país em que nasci, - num país que me amparou desde cedo, que me ajudou a transformar e a desenvolver a minha imaginação artística -, …
nm: Não está a pôr muito o acento tónico na sorte? Então o seu esforço, o seu mérito, o seu talento?
JC: Bom, eu acho que trabalho muito… mas aquilo que sinto é que há muitas pessoas neste mundo que trabalham muito e não têm as oportunidades que eu tive. Por isso existe um factor sorte, existe um factor mistério na minha vida. Nas alturas mais difíceis da minha vida, acabo sempre por ter muito mais coisas para agradecer do que para pedir. (silêncio) E realmente isto é uma graça enorme. Que tem que ver com coisas misteriosas e que nos são dadas gratuitamente. E nesse sentido, acho que sou uma pessoa com muita, muita sorte.
nm: De onde acha que vem essa sorte?
JC: É evidente, não é? De onde acho que vem essa sorte? Vem de qualquer coisa que vai muito para além daquilo que é terreno.
nm: Deus?
JC: Vem de Deus. Com certeza. Não tenho dúvidas que sim. Não tenho dúvidas.
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