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segunda-feira, 5 de junho de 2017

solitudine

doutor, não sei
como se chora um filho único,
nem marido tive,
ouço sons pela casa à noite,
às vezes carrego no botão
de um aparelhinho
que me deixaram da central de alarmes,
os seguranças vêm e não é ninguém,
só um sarafano a passear na cozinha
ou o exaustor da casa de banho
que ficou esquecido.
peço-lhe uns comprimidos,
um chá, não sei, uma forma
de chorar esse filho inexistente,
a vida que nunca cheguei a ter

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