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quinta-feira, 9 de julho de 2015

statio

Para Armando Silva Carvalho

não dá para pensar
na estação dos comboios
da minha terra
como tendo sido, um dia,
nova e movimentada.
sempre um lugar perdido
ao fundo da encosta
e resguardada, guardada
por árvores frondosas
com ar velho.
enquanto desço o carreiro
que conduz à estação e,
por ela, lentamente,
ao mundo todo,
envelheço à pressa
e tudo é western,
senhoritas a abrir a sombrinha
ao deixar a locomotiva
acompanhadas de seus cavalheiros
(a locomotiva assobia
uma melodia de órgão de tubos),
cavaleiros de espada em riste
à conquista do castelo.
chegado à estação
só queria que estivesses aqui,
que me desses a mão,
que os teus olhos vissem isto,
que nos sentássemos na plataforma
e apoiasses a cabeça,
de novo,
no meu ombro.

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