tiraram-nos uma companhia de bailado
faz dez anos por esta altura,
não sei bem em que tempo estamos.
vão-nos tirando o conservatório nacional
pedra a pedra, a cada pedra que cai.
tiram do mundo os livros que não se vendem,
antoinettes cortadas à guilhonita,
barbáries que nos passam ao lado.
dia a dia, esforço a esforço,
homens de gravata a queimar a cultura de um país.
«não nos tirem os copos grossos das tabernas,
não nos tirem o vinho, não nos tirem as tabernas»,
dizia o homem de lágrimas nos olhos,
«não nos tirem um país».
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