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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

crítica do automóvel

mudar de meio de transporte pode secar uma veia criativa, mesmo que ela nunca tenha ido por aí além. há todo um mundo que se constrói, todo um tempo que se dá, toda uma vida que se faz, quando se anda de transportes públicos. tudo isso se perde ao volante de um automóvel. há uma estrada que se ganha, um volante, manípulos, uma atenção, um olhar periférico mas isso não compensa os livros, as pessoas que se vêem, as esperas. ganha-se um outro tempo, que se torna um tempo perdido em televisões com maus alinhamentos e em "só mais cinco minutos" de nada. há duas semanas que não pego num livro, há-que tempo não tenho tempo para ver gente que não seja a que atravessa a estrada enquanto eu paro. sinto-me obrigado ao acto de ler, ao ofício de ler, sinto-me obrigado ao acto de observar, ao ofício de observar, e sei que não pode ser assim. peço desculpa ao(s) leitor(es) deste blogue pelo decréscimo do número de textos e de um certo decréscimo de qualidade (passe a extrema imodéstia). a minha vida vai assentando e talvez volte ao normal.

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