blogue de poesia e teologia.

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sábado, 22 de dezembro de 2012

sûr la fin du temps

ὁ οὐρανὸς καὶ ἡ γῆ παρελεύσονται, οἱ δὲ λόγοι μου οὐ μὴ παρελεύσονται. 
 Περὶ δὲ τῆς ἡμέρας ἐκείνης ἢ τῆς ὥρας οὐδεὶς οἶδεν, 
οὐδὲ οἱ ἄγγελοι ἐν οὐρανῷ οὐδὲ ὁ υἱός, εἰ μὴ ὁ πατήρ.
Mc 13, 31-32

 chega o dia
- aquele dia -
e tudo segue igual

os homens fizeram bunkers
e comeram enlatados
como se não houvesse amanhã

chegava um apocalipse estranho,
que nunca se fez anunciar,
que não deu sinais de vida

os velhos coçavam a cabeça
segurando a boina com a ponta dos dedos sujos
e diziam
que já não se fazem apocalipses como dantes

lamentavam 
porque agora os jovens
já não confiam em Deus

dizia um deles, cuidadoso,
já não confiam num deus
mais, já nem confiam no mundo

nos sinais dos tempos
que desde sempre
nos habituámos a ler

 nós e os povos que se extinguiram
num suicídio colectivo há séculos atrás
 
 

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