há um mar entre nós
e as mãos trémulas da actriz,
sujas, à porta de uma cela imunda,
um mar entre nós
e guitarrista genial
que se reconstruiu de um acidente aéreo,
um mar entre nós e os romances
do compositor brilhante que nega a música ambiente,
um mar entre nós e a flor
que rompe o asfalto e é milagre
blogue de poesia e teologia.
aqui não se escreve segundo o acordo ortográfico de mil novecentos e noventa.
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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
terça-feira, 28 de janeiro de 2025
Um terraço em Istambul
no lobby do hotel havia lojas
a vender bandeiras vermelhas e brancas,
chapéuzinhos e chá de maçã.
entravamos no elevador para subir
ao terraço do hotel,
de onde tínhamos uma vista privilegiada
sobre o bósforo, o palácio de topkapi
e, ao longe, a mesquita azul fazendo sombra
à basílica de santa sofia.
a guia do grupo orientava-nos o olhar
para todas estas coisas,
quando decidi olhar para o lado de lá,
barracas com telhados de zinco
a criar um mar sem fim.
desde esse dia, treinei-me a ver
para o lado de lá, que não querem que vejamos
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
pés firmes
caía a tarde.
atravessava a aldeia em silêncio,
só o vento faz barulho, o som dos pássaros,
portões ferrugentos, cães a ladrar ao longe.
caminhar deve ajudar a acalmar
da memória próxima
da cantora, pés fincados no chão,
a cantar cada palavra do íntimo das vísceras
e a atingir-nos como murros nos rins,
a construir-nos uma casa interior
para a inquietação
domingo, 19 de janeiro de 2025
pop é o contrário de pop
as canções que ouves,
sei que danças ao som delas,
não me abrem espaços no coração,
pensava para comigo,
enquanto ouvia em loop
aquela dos orchestral manoeuvres in the dark
que, não sabes, mas me lembra sempre de ti
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