a rapariga linda
está a ler um livro,
de vez em quando levanta-o
e eu espreito a ver que livro é
e se ela valerá a pena.
o nome do autor aparece
em letras garrafais,
demasiado grandes, até,
mas não consigo perceber
o título do livro,
só que está a itálico.
volto a centrar-me no rosto da actriz,
sardento e luminoso,
nos cabelos apanhados com dois totós
(acho que é totós que se diz),
nos olhos castanhos grandes.
depois a voz doce e meiga,
capaz de nos fazer encantar
até pela lista telefónica da alta extremadura.
desviei os meus olhos da actriz
e veio, por fim, o texto.
a fazer sentido, ou a fazer mais sentido,
agora as palavras entrando pelos ouvidos
e juntando-se cá dentro
à memória da imagem da rapariga linda,
no fim sempre as palavras
a coser o sentido de tudo isto.
blogue de poesia e teologia.
aqui não se escreve segundo o acordo ortográfico de mil novecentos e noventa.
aqui não se escreve segundo o acordo ortográfico de mil novecentos e noventa.
Pesquisar neste blogue
quinta-feira, 27 de julho de 2017
Sarai ri
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário