blogue de poesia e teologia.

aqui não se escreve segundo o acordo ortográfico de mil novecentos e noventa.

Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 2 de março de 2016

um rio que corre pelas tuas mãos

se ainda estivesses por aqui,
se hoje pudéssemos celebrar
mais um aniversário
do nosso amor,
mas, como sempre,
não estás,
pareces mais longe
que a morte
(e dói muito, a morte,
a primeira mão de terra
que cai com estrondo
sobre o caixão,
as lágrimas contidas
durante anos
que já não dá mais
para conter).
saber que continuas aí
a tentar ser feliz
com outro
enquanto aqui estou
pensando em ti
quando talvez já nem saibas
nada de mim, nem o nome
(ainda sei o teu cheiro bom
e o som agudo e lindo da tua voz
de bonequinha)
é como levar a mão à terra
e deixá-la enterrada
para sempre.
e para sempre
é tanto tempo...
não sei se aguento esperar
por algum sinal teu.

Sem comentários:

Enviar um comentário