p. a I.
passei anos a convencer-me
que fiz bem ao mandar-te embora.
tentei convencer-me, até,
que apenas te deixei ir.
talvez pelo adiantado da noite
não sei, como sempre não sei,
vou percebendo que errei.
não podia ter-te mandado embora.
não podia ter dito aquilo,
tudo aquilo.
devia ter calado. estar calado.
não há, como para agradecer,
um dia para pedir perdão.
dias para pedir todo o perdão
que mereces.
dias para que pudesses ler isto,
sei que não vais ler,
e para que te amolecesse
o coração
que eu empederni.
a bonequinha de porcelana
partiu-se e fui eu
quem a deixou cair.
certas noites custa
dormir com as minhas mãos.
que fiz bem ao mandar-te embora.
tentei convencer-me, até,
que apenas te deixei ir.
talvez pelo adiantado da noite
não sei, como sempre não sei,
vou percebendo que errei.
não podia ter-te mandado embora.
não podia ter dito aquilo,
tudo aquilo.
devia ter calado. estar calado.
não há, como para agradecer,
um dia para pedir perdão.
dias para pedir todo o perdão
que mereces.
dias para que pudesses ler isto,
sei que não vais ler,
e para que te amolecesse
o coração
que eu empederni.
a bonequinha de porcelana
partiu-se e fui eu
quem a deixou cair.
certas noites custa
dormir com as minhas mãos.
desculpa.
mesmo que nunca leias isto
desculpa.
mesmo que nunca leias isto
desculpa.
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